A valorização da música caipira e das tradições sertanejas ganhou destaque em Olímpia com a homenagem prestada a Benedito Aparecido de Andrade, o Ditão Andrade. Na sexta-feira (18), a Câmara Municipal realizou sessão solene para entrega da Comenda do Mérito Comunitário e da Medalha Professor José Sant’Anna, reconhecendo sua contribuição à cultura local. No sábado (19), a celebração continuou na Pousada e Restaurante Três Reis, com o 1º Encontro de Violeiros Raiz de Olímpia.

A honraria legislativa foi proposta pelo vereador Charles Amaral. Em sua justificativa, o parlamentar destacou que Benedito
“sempre valorizou e promoveu a música regional, sendo mais que um entusiasta — um verdadeiro guardião da cultura caipira”.
Durante a cerimônia, diversas falas ressaltaram sua trajetória de vida, iniciada ainda na infância na zona rural do bairro do Lambari, onde começou a tocar com o irmão Tião, ouvindo modas de viola no radinho de pilha.
Tratorista aos 12 anos, Benedito trilhou uma vida marcada pelo trabalho árduo e pela paixão pela música. Após servir no Tiro de Guerra e ingressar como bombeiro militar, percorreu diversas regiões do país trabalhando em grandes obras, como a construção da ponte Rio–Niterói. Em todas as fases da vida, manteve a viola por perto, levando adiante a cultura que representa suas raízes.
No dia seguinte à homenagem oficial, Ditão Andrade foi celebrado em clima de confraternização no encontro sertanejo organizado especialmente para ele. O evento reuniu nomes expressivos da música caipira, como Pedro Henrique e Leonardo, Preto e Pretinha, Tuta e Léo, Márcio e Marcílio, além do veterano Zé do Cedro e seu filho Jairo do Cedro.
Uma das surpresas da tarde foi a presença do cantor e compositor Alessandro Costa, irmão mais novo da famosa dupla Leandro e Leonardo. Também se apresentou a jovem violeira Manu Viola, de apenas 10 anos, que abriu e encerrou a programação acompanhada pelo pai, encantando o público com sua habilidade precoce no instrumento.

A celebração reforçou o reconhecimento de Benedito como símbolo vivo da tradição musical sertaneja. Entre amigos, familiares e admiradores, ele recebeu com emoção cada homenagem e agradeceu com humildade:
“Não fiz nada sozinho. Tudo o que fiz foi com muito amor pela nossa cultura e pelo povo da roça. Essa homenagem é de todos que acreditam na nossa música”, declarou.